Domingo de muito "moshpit", calor e música boa. Veja como foi o terceiro e último dia da segunda edição do Summer Breeze em 2024.
While She Sleeps
Iniciando os shows do Domingo no palco Hot Stage, o grupo britânico fez uma apresentação que deixou todo o público encantado. Com ótima presença de palco, principalmente do vocalista Lawrence Taylor, a banda incendiou o começo do dia. As primeiras músicas apresentadas foram "Sleeps Society", a principal música do álbum de mesmo nome Sleeps Society (2021), com ótimos riffs, construção musical, vocal pesado e cantado. A música se destaca além das linhas de metalcore, lembrando um pouco de Nu Metal com elementos eletrônicos em alguns trechos. Seguidas de "ANTI-SOCIAL" e "YOU ARE ALL YOU NEED", a banda mostrou toda a sua qualidade ao vivo.
EQUIPE MHERMES ARTS @DiegoPadilha
Chegando mais próximo à metade do setlist, tivemos o grande ponto alto do show com a apresentação de "Four Walls", onde a sonoridade da banda encaixou perfeitamente, atraindo até mesmo os ouvidos mais críticos às novas bandas. Em "Silence Speaks", uma das principais músicas da banda, um coro entoou o principal refrão da música: "I THINK THE SILENCE SPEAKS - VOLUMES!
No encerramento, tivemos a música "SYSTEMATIC", que ao chegar ao final traz uma convocação para os fãs, levando todos ao êxtase com o famoso "jump the fuck up", lembrando um pouco o que o Slipknot faz em suas performances.
Apesar de relativamente nova (fundada em 2006), While She Sleeps oferece tudo o que uma banda de metal poderia entregar: um ótimo repertório, excelentes apresentações ao vivo com muita presença de palco do vocalista Lawrence Taylor, além de guitarristas talentosos como Sean Long e Mat Welsh. O baixista Aaran McKenzie e o baterista Adam Savage complementam brilhantemente o conjunto. Tenho ouvido muitos fãs antigos elogiando a apresentação, o que é excelente para a popularização da banda e para o fortalecimento da cena mais jovem de metal.
Killswitch Engage
Sendo uma das maiores bandas da cena de Metalcore, o Killswitch Engage, ou KSE como é geralmente chamado, iniciou a apresentação com "My Curse", uma das principais músicas do álbum "As Daylight Dies" (2006). Houve alguns problemas técnicos com o microfone do vocalista Jesse Leach, que estava cantando, mas sua voz não estava saindo. Isso, no entanto, não impediu o público de cantar em alto volume, assumindo o vocal para Jesse. Após a troca de microfone, ainda durante o refrão da música, Jesse entregou tudo o que esperamos dele: vocais rasgados com ótimos guturais, drives e belas partes cantadas e melódicas quando exigidas pela música.
EQUIPE MHERMES ARTS @MarcosHermes_MHermes
A sequência continuou com "This Fire", "Reckoning" e outro grande sucesso do álbum "As Daylight Dies", "The Arms of Sorrow", que exemplifica perfeitamente o estilo do KSE e seu Metalcore, mesclando vocais pesados e melódicos, além de uma excelente linha de bateria realizada por Justin Foley. Os ótimos riffs de guitarras de Joel Stroetzel e Adam Dutkiewicz também se destacaram, este último especialmente pelos excelentes backing vocals que contribuem para músicas como "The Arms of Sorrow".
Mais adiante, tivemos "The Signal Fire", que durante suas gravações de estúdio é marcada pela presença de Howard Jones, vocalista que marcou outra era da banda. A música, além de pesada, contou com diversos elementos pirotécnicos durante sua apresentação.
Em seguida, tivemos uma sequência com "Unleashed" e "Hate By Design", e a partir daí o show se tornou do público, com muitas rodas - "mosh pits" - acontecendo nos dois palcos. A energia foi tão intensa que contagiou em diversos momentos o vocalista Jesse Leach, que desceu várias vezes até a grade para cantar e ficar mais próximo dos fãs.
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O ápice veio com "Rose Of Sharyn", do álbum "The End of Heartache" (2004), uma das mais pesadas do disco. Nessa música, Jesse entrega tudo o que há de melhor em seus vocais, com muitos guturais e drives. Destaque também para a potência da bateria entregue por Justin Foley. A animação de Adam Dutkiewicz durante essa música é um show à parte; o guitarrista simplesmente fica pulando e correndo de um lado a outro durante toda a apresentação. A recepção dos fãs não poderia ter sido melhor, tendo sido realizada o maior mosh pit de todo o show. Comigo não poderia ter sido diferente; lá estava eu, correndo, pulando e cantando loucamente dentro do mosh. Para mim, o ponto mais alto do show.
Para encerrar, tivemos "The End of Heartache", com sua apresentação visual impactante do coração com pregos, sendo exibido ao fundo do palco, ilustrando a capa do álbum. A dobradinha final veio com "My Last Serenade" e "Holy Diver", uma homenagem ao grande astro do rock Ronnie James Dio. Assim se encerrava uma apresentação perfeita da banda americana, preparando o público para o que viria a seguir no palco ao lado.
Como despedida do público, a banda surpreendeu ao tocar a clássica música de George Michael, "Careless Whisper", conhecida por sua presença em diversos filmes de romance. Isso proporcionou uma pausa divertida e descontraída em meio a um festival de metal repleto de "brutões" da música pesada. Só me vem a cabeça o Adam Dutkiewicz dançando, rebolando e fazendo graça durante todo o show, por ser um dos caras mais "resenha" da banda, me parece ser algo dele
Anthrax
O Killswitch Engage preparou bem o público para o que viria a seguir no palco Ice Stage, onde o Anthrax iria tocar. Com muitas rodas durante todo o show, o Anthrax entregou uma das apresentações mais memoráveis de todo o festival, digna de uma das maiores bandas de Metal, fazendo parte do famoso Big 4.
Abrindo o set com o clássico "Among The Living", os fãs já sabiam o que estava por vir. Com a música seguinte, "Caught in a Mosh", como o nome sugere, a festa de mosh começou.
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Em "Madhouse", faixa clássica do álbum "Spreading The Disease" (1985), vemos o grande guitarrista Scott Ian detonando tudo com seus riffs. Nesse momento, as rodinhas só aumentavam. "Metal Thrashing Mad" veio em seguida, faixa clássica do primeiro álbum de estúdio da banda, "Fistful of Metal" (1983). O vocalista Joey Belladonna, como sempre enérgico e interagindo com o público, anunciou a faixa seguinte, "Efilnikufesin (N.F.L.)", música que faz os fãs cantarem e gritarem alto o refrão e título da música "NFL, efilnikufesin", enquanto se divertem dentro de uma boa rodinha.
A música seguinte era uma das mais aguardadas por mim, "Keep It In The Family", do álbum "Persistence of Time" (1990). Com seus 7 minutos, essa música é simplesmente um hino da banda. Com os guitarristas Scott Ian e Jonathan Donais realizando um trabalho incrível e bem ritmado, a música cresce e acelera a cada minuto, tornando-se algo incrível de se ouvir.
E sem deixar o público e os fãs descansarem, em seguida veio outro hino da banda, "Antisocial", do álbum "State Of Euphoria" (1987), fazendo novamente o público entrar nas rodinhas enquanto gritavam o refrão "You're anti, you're antisocial", quase como uma resposta ao que Joey Belladonna cantava.
Em "I Am the Law", tivemos a participação do guitarrista Andreas Kisser, do Sepultura, o que foi um presente muito bem recebido pelos fãs.
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A tríade final de músicas foi com "Got the Time", que mais uma vez fez o público cantar seu refrão viciante "Got the time tick, tick, tickin' in my head", "A.I.R." e "Indians", o que resultou na maior roda de mosh de todo o festival, repleta de cantorias e momentos de agitação marcados por diversos sinalizadores acesos, o que sempre deixa o clima mais divertido.
Como um grande admirador de Thrash Metal e fã do Anthrax, foi novamente emocionante assistir a um show deles (já tive o prazer de vê-los ao vivo em outras ocasiões). Como um dos maiores nomes do Metal, a banda sempre se entrega ao máximo em suas apresentações, tornando o show uma experiência única e memorável. Destaque para Scott Ian, um dos maiores guitarristas do gênero, e Joey Belladonna, o vocalista incansável que, com tanta energia aos 63 anos, me faz sentir velho aos 26.
O Summer Breeze 2024 foi épico, três dias de festival, com 60 bandas divididas em 04 palcos. Com diversas atrações, estandes e exposições, o festival consolidou-se definitivamente como o maior evento de Metal do Brasil.
Além disso, a terceira edição do festival já tem as datas confirmadas: 03 e 04 de Maio de 2025, no Memorial da América Latina. Mal podemos esperar para reviver essa experiência inesquecível. Agora, gostaríamos de ouvir de vocês: quais bandas vocês gostariam de ver no festival?
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