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Foto do escritorEllen Artie

Nossa experiência como Imprensa e como fã na Blast Party

No último sábado, dia 27 de abril, ocorreu a BLAST PARTY, que celebrava seus 15 anos de trajetória.


A produtora é conhecida por lançar nomes de destaque ao redor do mundo, e, em comemoração a essa marca significativa, decidiu fazer uma festa em forma de festival. O evento teve lugar em Guarulhos, no espaço Inter.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


No dia anterior, em 26 de abril, estava programado um side show no Carioca Club, localizado em Pinheiros, com algumas das atrações do festival. No entanto, o evento foi cancelado devido a um imprevisto técnico, conforme divulgado pelas informações disponíveis.


Mas vamos discutir o festival em si, que enfrentou algumas dificuldades. Era inegável que havia algumas questões desalinhadas, porém, para ser completamente honesta, essas questões não afetaram minha experiência pessoal no evento. No entanto, infelizmente, para muitos dos presentes, a lembrança pode não ser tão positiva.


Segundo informações da assessoria, o atraso ocorreu devido ao atraso dos fornecedores na montagem da estrutura, que deveria estar pronta antes do horário de abertura previsto. Além disso, houve a dependência da liberação da prefeitura para garantir que o evento ocorresse em conformidade com as normas de segurança.


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Por Bruna Ohi


O pessoal da fila, que chegou antes da abertura programada, recebeu um agrado especial de nossa parte em um envelope vermelho, uma ideia fofa que incluía: adesivos (adoraríamos ver onde foram colados... nos enviem fotos, ou nos marquem!), uma pulseirinha personalizada com o nome da sua banda ou música favorita, e alguns docinhos para adoçar ainda mais a espera.


As meninas responsáveis pela cobertura do evento estavam gravando vídeos rápidos com pessoas super estilosas, fazendo a pergunta "o que você prefere" sobre as músicas de seus artistas favoritos do evento. Isso aconteceu enquanto a fila se formava do lado de fora, proporcionando uma distração divertida para o público. Nada podia conter a ansiedade da galera quando, finalmente, os portões se abriram às 14h30, embora com um atraso de 1 hora e 30 minutos. Em apenas 10 minutos, a banda The Seer já estava no palco, iniciando com um som pesado. Os rapazes estavam incrivelmente descontraídos, e mesmo com a plateia ainda se adaptando ao ambiente do evento, logo uma turma se reuniu na grade e permaneceu lá durante todo o show. No início, a energia foi um pouco tímida, mas isso não abalou a banda, que entregou uma performance excepcional durante toda a apresentação.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Uma das coisas que mais aprecio em festivais é a oportunidade de descobrir novas bandas e sons. Apesar de muitos artistas do lineup já terem uma carreira estabelecida, devo admitir que conhecia muito pouco sobre a maioria deles.


Devido ao atraso no início do evento, todas as bandas tiveram que reduzir seus sets para cerca de 30 minutos. No entanto, o que se tornou ainda mais demorado foi o processo de montagem e desmontagem dos equipamentos entre as apresentações. Por vezes, essa dinâmica consumia mais tempo do que o próprio tempo de show das bandas.


A próxima banda trouxe uma vibe completamente diferente: Verdan, com uma pegada meio indie e um ritmo bem dançante. Eles também improvisaram na playlist, escolhendo ali no palco qual música tocar, pois queriam sentir a energia da galera antes de decidir.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Após os shows, os membros das bandas circularam entre o público, conversando e tirando muitas fotos. Esse contato próximo é uma característica marcante das bandas alternativas e underground, o que reflete muito bem a essência da Blast.


Plutão Já Foi Planeta sobe ao palco e a energia da multidão aumenta ainda mais. A vocalista, cheia de animação, interage bastante com o público. Eles cantam rapidamente o set, deixando a plateia com gostinho de quero mais.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Em seguida, subiu ao palco Esteban Tavares, ex-integrante (baixista) da banda Fresno. Seu setlist incluiu sucessos como "Basta", "Pra ser" e "Carta aos Desinteressados", e a multidão estava cantando junto em êxtase. Infelizmente, uma falha técnica, um corte no microfone, ocorreu durante a última música, deixando Esteban visivelmente chateado. A plateia teve que finalizar a música em um só coro, demonstrando uma verdadeira conexão e solidariedade com o artista em meio à adversidade técnica.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Em seguida, a banda Replace entra no palco, agitando a galera e colocando todos para pular. Destaca-se a presença do guitarrista Gabriel Buxini (Emphuria) e de Emily (Bruxax), que estavam substituindo Marcio Rodrigues (que se recupera de uma cirurgia), ao lado do baterista Caio C, do baixista Igor Koala e do vocalista Beto Ferrari. Com uma participação especial de Mia, eles levaram o público a cantar junto o hit "Ponto de Paz", encerrando o show com a energia lá em cima e deixando uma atmosfera de pura euforia.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Devido à natureza movimentada de um festival com diversos artistas e a constante correria da equipe de imprensa, em determinado momento precisamos fazer uma pausa para nos alimentar. Infelizmente, durante esse intervalo, perdemos a oportunidade de cobrir o show da talentosa Ananda. 


A ansiedade cresce à medida que se aproxima das 20h, pois ainda teríamos a apresentação da banda Sleeper Signal antes do The Calling. No entanto, todos estavam sem informações sobre se a ordem das bandas seria afetada e se o show do The Calling ocorreria com atrasos. A incerteza pairava no ar, aumentando a expectativa e a tensão entre o público.


A dúvida sobre qual banda se apresentaria em seguida foi sanada quando Liberati, baixista do The Calling, subiu ao palco para montar seu próprio equipamento. Apesar de já passar das 21h, a equipe ainda estava montando o palco, o que talvez tenha contribuído para a sensação de eternidade. Minha ansiedade estava bastante elevada também. Optei por ficar quieta no cantinho, onde consegui sentar em uma caixa de som e apenas aguardei pacientemente.


Às 21h19, a multidão já estava em plenos pulmões quando Daniel (guitarrista), Liberati (baixista) e Brandon (baterista convidado) subiram ao palco. E então, com uma energia eletrizante, entra o vocalista Alex Band. Não tenho palavras para descrever a intensidade desse show sem surtar. Para quem quiser entender o que essa experiência significou para mim, deixarei alguns vídeos e registros com trechos do show no instagram do @eutonagrade.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Durante toda a minha adolescência, fui uma grande fã de The Calling. Lembro-me de assistir ao filme "Showbar" (Coyote Ugly) inúmeras vezes, principalmente por causa da breve aparição da banda, e de acompanhar uma novela inteira apenas pela trilha sonora de "Wherever Will You Go". Tive a oportunidade de ir ao show deles em 2002 e novamente em 2008, porém, infelizmente, não consigo recordar muitos detalhes desses momentos. A emoção de reviver essa paixão adolescente no recente show foi indescritível e deixará uma marca eterna em mim.



É incrível como certos momentos especiais se fixam em nossa memória de forma tão vívida e detalhada, não é mesmo? Cada olhar, cada sorriso, cada interação se torna um tesouro precioso em nossas lembranças. A maneira como Alex Band trata o público com carinho e proximidade certamente torna cada experiência única e inesquecível.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


A música "For You" não estava originalmente planejada para aquele dia, mas a energia e a insistência da galera fizeram com que Alex Band cedesse aos pedidos.  Foi emocionante vê-lo subir na caixa de som tornando o espaço entre ele e o público o menor que possível e, atendendo aos clamores do público, entoar acapella um trechinho da música. Naquele momento, eu estava completamente imersa na emoção, e desde então, tive tempo para processar tudo o que aconteceu. No entanto, mesmo após algum tempo, não consigo deixar de me arrepiar ao assistir aos vídeos desse encontro especial. A lembrança daquele momento me faz sentir uma felicidade indescritível, e só consigo pensar: "nossa, eu estava realmente muito feliz".


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Fechando com "Wherever You Will Go", The Calling encerrou seu set com chave de ouro, mesmo diante de uma setlist curta.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade

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Por Ellen Artie Com toda a logística para tentar adequar os horários, a única banda que não foi afetada foi a Fresno (até então). Com um atraso de menos de 10 minutos, a banda entra no palco às 22h39 ao som de "Quebre as Correntes", enquanto Lucas afirma em alto e bom som: "coisa boa ser emo em 2024", e, obviamente, o público responde cantando com toda a voz que tinha guardado durante o dia. Na sequência, temos "Quando o Pesadelo Acabar", música do disco lançado recentemente "Eu Nunca Fui Embora", tocada pela segunda vez ao vivo e que já está se tornando uma queridinha entre os fãs. Sem grandes surpresas no setlist, "Redenção", "Porto Alegre" e "Diga Parte 2" não ficaram de fora.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Antes dos primeiros acordes de "Cada Acidente", Lucas avisa o público que tocariam uma música um pouco mais sensual e deixa a parte executada em estúdio pelo Grupo Tuyo para que o público cante junto. Antes do último refrão, Lucas brinca com a plateia, dizendo:  “a gente é tudo uns roqueiro duro que não sabe dançar, mas sei lá, perto dos 40 anos começa a soltar um pouco aqui o quadril assim, e quando a gente vê  isso tá uma pura sensualidade….”. Em formato de Medley as músicas “Infinito”, “Deixa o Tempo” e “Eu sei” também entraram pro set da noite.


Créditos: Reprodução/Instagram/@lucasfresno


Uma música que se tornou um elemento fixo nas setlists, "Eu Nunca Fui Embora", envolveu o público, que cantou e pulou do início ao fim, mas muitos fãs estavam na expectativa por músicas inéditas do novo álbum executadas ao vivo, e para a surpresa de todos (exceto para mim, que dei uma espiadinha na setlist antes do show - maldito spoiler), Lucas iniciou um discurso emocionante, compartilhando que faz música para momentos como aquele, para cantar na frente de "galeras muito fodas". Ele destacou que, embora fazer música seja um processo solitário, o objetivo é fazer com que as pessoas se sintam menos sozinhas. Lucas fez um apelo especial aos fãs, pedindo-lhes para cantarem essa música junto com eles, já que seria a primeira vez que a executariam ao vivo.




Apesar de parecer que todo o fôlego do público tinha sido usado em "Eu Nunca Fui Embora", eles arrancaram, das profundezas de seus pulmões, a voz quando começaram "Eu Não Vou Mais Me Sabotar...". Surpreendentemente, apesar de “Camadas” ser uma música nova e ter sido lançada recentemente, o público a conhecia de cor e salteado. Inclusive, fui questionada no final do show sobre o fato de a música ser recente, pois a redatora aqui do To na Grade, Bruna, achou estranho saber a música completa. Acho que ouvir o lançamento do álbum em casa, repetidas vezes, tem seus efeitos.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Fechando o show com seus dois grandes hits, "Desde Quando Você Se Foi" e "Casa Assombrada", o público já sabia que a festa estava chegando ao fim. No entanto, aproveitaram o último momento para cantar junto e celebrar a energia contagiante que a Fresno trouxe para Guarulhos.



Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Após a saída da banda Fresno do palco, um erro de comunicação prejudicou a apresentação da Banda Sleeper Signal, que até então ainda não havia se apresentado. Devido a divergências de informações, o público acreditou que a banda não subiria ao palco, e logo após o término do show da Fresno, muitos começaram a deixar o local. Confusos com a situação, os integrantes da banda ficaram desanimados. Em determinado momento, Amanda Gabel, que faria uma participação especial, veio até mim desabafar sobre o suposto cancelamento do show, o que me levou a acreditar que de fato havia ocorrido o cancelamento. No entanto, alguns minutos depois, os integrantes começaram a organizar seus instrumentos no palco, e o reduzido público restante aguardou pacientemente para desfrutar do show de uma maneira mais intimista.


Enquanto o equipamento da banda era montado, o vocalista William James distraiu o público arriscando algumas músicas do Green Day. Apesar do setlist extremamente reduzido, tanto devido às circunstâncias quanto à falta de ânimo para continuar o show com um público tão reduzido, a apresentação foi rápida, mas não deixou o carisma de lado. No final, Amanda distribuiu pulseiras e pôsteres para a pequena multidão que permaneceu, e o público demonstrou uma empatia extrema com a banda, valorizando o esforço e a dedicação mesmo diante das adversidades.


Foto por: Ellen Artie / @eutonagrade


Apesar dos contratempos, como fã, a experiência foi, em termos gerais, positiva. Mesmo com meu acesso privilegiado, acredito que os demais fãs também desfrutaram de seus artistas favoritos, apesar dos sets reduzidos. Felizmente, não houve grandes conflitos por lugares na grade nem tumultos em geral. Uma decisão interessante da produção foi proporcionar um upgrade para a Pista VIP aos que estavam na pista comum, devido à falta de público. Embora tenha havido alguma controvérsia nas redes sociais em relação a essa decisão, com algumas pessoas argumentando que era injusto para aqueles que pagaram mais caro pela Pista VIP, acredito que, em um evento onde o objetivo é se divertir, a "sorte" de um upgrade do coleguinha não deveria ser motivo de preocupação.


Com todos os contratempos mencionados, espero que isso sirva de aprendizado para que a próxima festa da Blast Records ocorra sem os mesmos problemas. É importante que a produção leve em consideração essas experiências para garantir que todos os participantes tenham uma experiência ainda melhor no futuro. Texto: Bruna e Ellen Artie

Fotos: Ellen Artie



1 Comment


Guest
May 09

A questão não é a sorte do coleguinha, o problema é você pagar quase o dobro e o evento desconsiderar isso e colocar todo muito junto, a partir do momento que juntou tudo ficou impossível ir ai banheiro ou comer e voltar para um lugar legal. A partir do momento que a produção libera pista premium para todos SEM devolver o valor pago a mais da pista premium, ela está chamando todos que acreditaram no evento e pagaram o alto valor de trouxa.

Evento extremamente amador, diversos erros, desrespeito com artistas e público, sem organização, muita gente invadindo o front stage de imprensa sem ser de imprensa e atrapalhando a experiência da galera, estacionamento oficial fechou e largou a galera…

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