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To na Grade

FxPxVx - O Comeback Mais Esperado da História do Punk Rock Nacional

No último final de semana, a equipe do "Tô na Grade" marcou presença na terceira edição do Turá, um festival que celebra a diversidade brasileira em um só lugar. Misturando tudo que há de bom, o evento deixa claro em sua estrutura que é pensado para todos. E não estamos falando apenas das bandas. Até os quiosques da praça de alimentação foram criteriosamente escolhidos, proporcionando uma verdadeira viagem gastronômica pelos diferentes cantos do Brasil.


O festival, com sua atmosfera vibrante e inclusiva, conseguiu criar um espaço onde todas as culturas, sabores e sons do Brasil se encontram e se misturam. Os palcos abrigaram desde artistas consagrados até novos talentos, garantindo uma experiência musical rica e variada.


O destaque, no entanto, foi a viagem no tempo proporcionada pelo retorno da Banda FxPxVx aos palcos após um longo hiato.


Foto por Ellen Artie


Voltamos à década de 80, quando uma das bandas mais importantes do punk rock brasileiro estava surgindo com uma sonoridade muito à frente do seu tempo. Com uma drag queen como protagonista, a banda já dividiu palco com Ratos de Porão e foi uma forte influência para bandas atuais como NX Zero, conforme explicou o vocalista Di Ferrero em uma entrevista recente.


Foto por Ellen Artie


O retorno da banda era muito aguardado pelos fãs, que chegaram cedo para garantir o melhor lugar na grade e testemunhar esse momento histórico. Pouco antes das 10h da manhã, já era possível ouvir a passagem de som, o que aumentou ainda mais a ansiedade e a expectativa dos fãs de FxPxVx.


Foto por Ellen Artie


O festival é um grande marco para a banda, pois, como lembra Pabllo Vittar, eles começaram tocando em botecos risca-faca e, agora, iriam fazer história dividindo o palco com grandes nomes da música brasileira.


Foto por Ellen Artie


Assim como todo início de banda tem suas peculiaridades, com F.P.V. não foi diferente. Na realidade, trata-se de uma banda fictícia criada especificamente para o clipe 'Eu te Amo/Eu te Odeio (YoYo)', lançado em abril deste ano. Surpreendentemente, tanto os fãs quanto os próprios integrantes continuam alimentando essa narrativa como se a banda realmente tivesse existido, o que tem fortalecido ainda mais a lore.



Mesmo sem a banda de fato existir, a expectativa pelo debut da música 'Eu te Amo/Eu te Odeio (YoYo)', com participação de Pabllo Vittar ao vivo, não diminuiu entre os fãs. Na semana que antecedeu o evento, o tema dominava as redes sociais, contribuindo significativamente para a construção da narrativa em torno da suposta existência de F.P.V. Os comentários refletiam uma atmosfera mista de confusão e ironia, enquanto os fãs especulavam e brincavam sobre o que esperar dessa colaboração inesperada.


Foto por Ellen Artie


A banda Fresno estava programada para entrar no palco Hering às 18h50, e os fãs curiosos já sabiam desde cedo qual seria a dinâmica e a setlist da noite. Entrando no palco pontualmente, com um tempo curto de apresentação, a banda tocou seus grandes hits como 'Quebre as Correntes', 'Diga, Parte 2' e 'Casa Assombrada'. Apesar do set reduzido em comparação aos shows solo, algumas músicas de seu novo disco, 'Eu Nunca Fui Embora', também foram incluídas. A banda tem adotado a estratégia de debutar as músicas do novo álbum em cada show. A música da vez seria a tão comentada 'YoYo', quarta faixa do álbum. Um ponto que vale salientar aqui é nova baixista da Fresno, Ana Karina Sebastião que vem se destacando de forma notável nos shows. Em apenas seu segundo show já conquistou a fanbase esbanjando técnica e carisma.



Foto por Ellen Artie


A ansiedade deste encontro histórico talvez tenha contribuído para que o show parecesse mais curto do que o normal em festivais. Além da participação icônica de Pabllo Vittar e da estreia de 'YoYo', também aguardava-se o cover de 'Disk Me', originalmente de Pabllo Vittar e recentemente regravado em uma versão emo pela Fresno. Num piscar de olhos, o show já estava chegando ao fim, mal dando tempo de aquecer a noite fria que predominava em São Paulo.


Foto por Ellen Artie


Por conta da participação especial da Pabllo, a assessoria quebrou a regra de acesso ao pit apenas nas três primeiras músicas, e liberou novamente a imprensa, para que pudéssemos fazer os registros com tranquilidade e qualidade. Entramos no pit no finalzinho de 'Casa Assombrada' e, logo na sequência, Lucas começou a tocar a música 'Disk Me'. A plateia imediatamente acompanhou, cantando junto com entusiasmo. Durante o refrão, Lucas pediu para o público fazer muito barulho para Pabllo Vittar, que entrou no palco de maneira plena, caminhando, quase que desfilando, no ritmo lento da música, emendando a segunda estrofe e levando todos os presentes aos berros de alegria. F.P.V. realmente estava acontecendo, e o momento foi inesquecível para todos.


Foto por Ellen Artie


Ao iniciar os acordes de 'YoYo', Lucas comentou que queria muito tocar essa música ao vivo e o público obviamente respondeu à altura com a letra na ponta da língua. Pabllo aproveitou enquanto não chegava a sua parte na música para sensualizar e exibir seu look da noite para todos. Lucas também aproveitou seu intervalo no microfone, quando Pabllo assumiu os vocais, para exibir suas dancinhas únicas. Com muita bateção de cabeça e cabelo e em um momento de puro êxtase, Pabllo e Lucas se ajoelharam de frente um para o outro enquanto o solo era executado, mas Lucas acabou desconectando o cabo da guitarra sem querer e o solo ficou pela metade (a gente te perdoa).


Foto por Ellen Artie


Para fechar o set, Fresno surpreendeu o público ao tocar um dos hits de Pabllo, “K.O.”. Nesse momento, o estereótipo de que emos/rockeiros só ouvem músicas de seu próprio nicho foi completamente quebrado. Todos cantaram juntos e dançaram, aproveitando intensamente os momentos finais da festa proporcionada pela F.P.V. A energia no palco e na plateia era contagiante, com fãs de todos os gêneros musicais se unindo em um coro. A performance marcou não apenas o encerramento do show, mas também uma celebração da diversidade musical e da união entre diferentes estilos.


Foto por Ellen Artie


Todos puderam testemunhar o poder do Turá em unir vários gêneros musicais e possibilitar as participações icônicas. O gostinho que fica disso tudo é de que queremos mais. Queremos mais feats, queremos mais Pabllo, queremos mais músicas e com todas as forças emo nos restam, queremos mais de F.P.V. Enquanto não acontece, a esperança de um possível E.P. nos mantém animados, e por que não sonhar mais alto com uma possível mini tour?



Foto por Ellen Artie

Texto e fotos por: Ellen Artie

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