Após uma primeira edição épica do Summer Breeze em 2023, o festival alemão retornou ao Brasil para consolidar-se de vez como o maior festival de Metal e música pesada no país.
EQUIPE MHERMES ARTS @DiegoPadilha
Aos amantes de um bom som pesado que tiveram a oportunidade de ir à primeira edição em 2023, em 2024 puderam aproveitar não apenas dois, mas sim três dias de festival. E antes mesmo do término de sua segunda edição, o festival fez o anúncio (enquanto o show do Anthrax acontecia) confirmando a terceira edição do Summer Breeze Brasil para 2025.
Estivemos presentes durante os três dias de festival, focando principalmente na cobertura dos shows. Devido à grande quantidade de shows e múltiplos palcos com apresentações simultâneas, nossa equipe não conseguiu acompanhar todos os eventos. A revisão a seguir baseia-se na experiência dos shows que conseguimos aproveitar.
Flotsam & Jetsam
Abrindo os shows do Hot Stage no dia 26/04, os americanos do Flotsam & Jetsam trouxeram pela primeira vez aos solos brasileiros seu bom e velho thrash metal. Nem mesmo o calor escaldante do meio-dia tirou a energia da banda e do público ali presente.
EQUIPE MHERMES ARTS @DiegoPadilha
Com clássicos como “Hammerhead”, “She Took an Axe”, “Brace for Impact” e “Iron Maiden”, a banda manteve a energia do público alta, mostrando a que vieram. Em “No Place For Disgrace” música de encerramento, marcada por linhas rápidas e vocais cantados, o destaque fica para as linhas de guitarra de Michael Hilbert e os vocais de Eric “AK” Knutson, que mesmo no auge de seus 59 anos, sequer ficou ofegante, após esse clássico de 6 minutos de pura velocidade e agressividade.
Edu Falaschi
Meu primeiro show do Ice Stage em 2024, foi do grandiosíssimo Edu Falaschi, esse aí dispensa comentários e apresentações, sou fã do trabalho do Edu desde sua época no Angra.
EQUIPE MHERMES ARTS @welpenilha
Finalizando a turnê de seu último álbum, “Eldorado”, Edu trouxe um reportório único para o Summer Breeze. Mesclando clássicos de sua época no Angra, com seus trabalhos em carreira solo. O público foi à loucura com os clássicos como “Acid Rain”, “Heroes of Sand”, “Bleeding Heart” e “Rebirth”.
Para os fãs de animes, assim como eu, “Pegasus Fantasy”, música tema de Cavaleiros do Zodíaco, levou a multidão ao delírio, que cantou em alto e bom tom, acompanhando Edu.
EQUIPE MHERMES ARTS @welpenilha
Além do destaque nos vocais para Edu Falaschi, que possui uma potência vocal absurda, o destaque aqui, também vai para o coletivo, sendo eles, o jovem baterista, Jean Gardinalli, que conseguiu oxigenar a banda, mesmo após a saída do mestre Aquiles Priester. Nos teclados Fábio Laguna, Diogo Mafra e Roberto Barros nas guitarras e Raphael Dafras no baixo.
Black Stone Cherry
Com um som meio hard rock, meio country rock, repleto de riffs com guitarras distorcidas, Black Stone Cherry possui um reportório cheio de hits com aqueles refrões “grudentos” que não saem da cabeça e nos fazem cantar durante todo o show.
Durante a apresentação, houve alguns problemas técnicos, principalmente no início, detalhes esses que foram ofuscados e ignorados pelo público logo nos primeiros refrões de “Me and Mary Jane”, contagiando todo o público ali presente.
EQUIPE MHERMES ARTS @DiegoPadilha
Com o público presente ainda em êxtase devido os vocais de Chris Robertson, se assemelhando aos álbuns de estúdio, um dos destaques principais fica para o baterista John Fred Young, que destruía no instrumento com sua precisão e força. Após essa entrada sensacional, a banda performou algumas músicas de seus trabalhos mais recentes, como “Burnin” do álbum Family Tree (2018), “Again” do álbum The Human Condition (2020) e “Nervous” de seu trabalho mais recente Screamin’ At The Sky (2023).
Para mim, o ápice do show, começou com a música “Like I Roll” do álbum Between the Devil & The Deep Blue Sea (2010), ali eles confirmaram por que estavam tocando em um dos palcos principais do Summer Breeze. Com riffs contagiantes, vocais e refrões que grudam, “Like I Roll” arrancou gritos, cantoria e danças até dos roqueiros mais céticos que torcem o nariz para bandas mais novas. A banda finalizou a apresentação com “Lonely Train”, música clássica do primeiro álbum autointitulado Black Stone Cherry (2006), deixando todo o público ansioso e se questionando, de quando teremos outra passagem dessa incrível banda pelo Brasil.
EQUIPE MHERMES ARTS @DiegoPadilha
Exodus
O primeiro dia de Summer, também foi marcado pelo show de uma das maiores bandas de thrash metal, o Exodus. Vi muitos fãs em apelos, pedindo para encaixar essa banda no Domingo dia 28, ao lado de Anthrax.
O show foi marcado por um calor intenso, e não apenas climático - os fãs presentes ali cantaram do início ao fim, acompanhando o vocalista Steve “Zetro” Souza. Mesmo enfrentando dificuldades vocais em alguns trechos, ele deixava a cargo do público cantar e gritar bem alto os maiores clássicos da banda. Destaque para as músicas 'Brain Dead', 'Blacklist', 'Blood in Blood Out' e 'Prescribing Horror', abrangendo desde os primeiros trabalhos até os mais recentes da discografia da banda.
EQUIPE MHERMES ARTS @raphagarcia
Sebastian Bach
O terceiro show do dia, no palco Hot Stage, foi de “Tião”, Sebastian Bach, ex Skid Row.
Aos sortudos que tiveram a oportunidade de assistir à apresentação do Skid Row na edição de 2023, provavelmente se encantaram com a energia e presença de palco do Erik Grönwall e toda a banda. A apresentação do Skid Row em 2023 deixou uma pulga atrás da orelha nos fãs, que ficaram se perguntando, como seria uma apresentação com Sebastian Bach. Atendendo a pedidos e apelos, o Summer Breeze trouxe o vocalista para uma apresentação solo.
EQUIPE MHERMES ARTS @welpenilha
Com uma energia contagiante e presença de palco, Sebastian mostrou logo nas primeiras músicas porque era o frontman do Skid Row. Com diversos clássicos dos anos 80, Sebastian agitou a galera com “Big Guns” e emendando hits como “18 and Life” e “Piece of Me” em sequência. A segunda metade do show, ficou marcada com os clássicos “I Remember You” e “Youth Gone Wild”, encerrando a apresentação do vocalista sob muitos gritos de euforia e aplausos.
MR. BIG e THE 69 EYES
A grande dúvida da noite foi ter que escolher entre os grandes e clássicos Mr. Big ou o "goth rock" do The 69 Eyes (embora não conhecesse muito o trabalho da banda, fiquei na expectativa e curiosidade devido a muitos amigos me falarem a respeito).
Optei por iniciar com Mr. Big, devido ser sua turnê de "encerramento". Após anos de seu último show no Brasil, Eric Martin e Paul Gilbert iniciaram a apresentação da melhor forma possível, começando com "Addicted to that Rush" deixando evidente o talento e qualidade de Paul Gilbert na guitarra. A segunda faixa a ser apresentada foi a música "Take Over" e sua linha explosiva e cadenciada de bateria. Mais a frente, próximo a metade do set, as clássicas "To be With You" e "Wild World", foram apresentadas de maneira magistral, destacando a qualidade de todos os músicos e o porque são considerados um dos grandes nomes do rock.
EQUIPE MHERMES ARTS @raphagarcia
No Palco Sun Stage, próximo ao fim do show, consegui acompanhar somente as duas últimas músicas do The 69 Eyes, 'Brandon Lee' e 'Lost Boys'. Senti como se estivesse em uma trilha sonora de filme oitentista, com um toque de horror e terror gótico. Com vocais sutis e cadenciados, o vocalista Jyrki 69 encantava o público, enquanto as linhas de guitarra vibravam e criavam uma atmosfera única ao redor da banda. É uma banda que me surpreendeu muito e me deixou ansioso por um retorno (dessa vez para poder assistir ao show completo).
EQUIPE MHERMES ARTS @DiegoPadilha
Gene Simmons Band
Encerrando a noite do primeiro dia de Summer Breeze, Gene Simmons, uma das mentes por trás do KISS, entregou tudo aquilo que esperávamos em uma apresentação solo.
EQUIPE MHERMES ARTS @DiegoPadilha
Com um repertório repleto de músicas de sua antiga banda, o destaque aqui vai para o cover que fizeram de um clássico do rock "Ace of Spades", homenageando o então falecido Lemmy Kilmister do Motörhead, "I Was Made For Lovin' You" e a mais que óbvia "Rock and Roll All Nite" encerarram a noite do músico pela capital paulista, arrancando elogios, aplausos e gritos de todo o público presente, que assim como eu, após essa apresentação fantástica, devem ter se perguntado, "ele realmente tem 74 anos?'. Uma noite inesquecível que assinala o início de um Summer Breeze épico e promissor.
Comments