Após um dia intenso cobrindo um festival do outro lado da cidade, não havia melhor maneira de encerrar a noite do que com um show do Dead Fish, como uma cartada final para um fim de semana agitado na nossa casinha conforto de shows, o Cine Joia. Chegamos direto de outro evento, super corridas, e infelizmente não conseguimos assistir às duas bandas de abertura, Raça e Metade de Mim. Mas temos certeza de que foram incríveis, pois a plateia já estava super animada.
Um pouco depois da meia-noite, com o palco limpo, sem muitos cabos ou qualquer outra coisa, ao som do coro da galera "Hei Dead Fish, vai tomar no c*", entram Marcos Melloni (bateria), Ric Mastria (guitarra), Igor Tsurumaki (baixo) e Rodrigo Lima (vocal). Embora não seja a formação original, o som e a sinergia são os mesmos, talvez até mais enérgicos.
Dead Fish começou sua carreira nos anos 90 e lançou seus primeiros álbuns, como "Zero e Um" (1995) e "Sonho Médio" (1998), que ajudaram a solidificar sua presença no cenário do hardcore brasileiro. Ao longo dos anos, a banda lançou vários álbuns aclamados, como "Um Homem Só" (2001), "Afasia" (2003) e "Vitória" (2007), consolidando sua reputação como uma das bandas mais importantes do hardcore nacional.
Dead Fish é conhecida por suas letras engajadas que abordam questões sociais, políticas e ambientais. Suas músicas frequentemente refletem críticas à sociedade, desigualdades e injustiças, tornando-os uma voz importante para muitos ouvintes. E a voz reverbera, pois a banda mal toca o palco e o público incendeia.
Durante todo o show, o mosh não cessou, com muita gente pulando e sendo carregada no mar de gente, o caos rolando solto ao som frenético dos instrumentos berrando em todas as músicas. No palco, Rodrigo dança, roda, pula e se joga; fica claro por que do palco limpo, não pode haver nada para ele tropeçar, bater ou cair em cima.Além dos clássicos, a banda surpreendeu tocando algumas músicas do novo álbum, lançado recentemente. As novas faixas mantêm a essência do Dead Fish, com letras poderosas e melodias marcantes, recebidas com entusiasmo pelo público. É impressionante como mesmo com novas músicas, a conexão entre banda e fãs permanece intacta.
Mas, clássico é um clássico, e quando a música "Você", uma das mais conhecidas da banda que aborda temas como individualidade e autenticidade começou a tocar, a voz do público superava a de Rodrigo; todos estavam cantando a plenos pulmões.
O show se encerrou com a mesma energia com que começou, e mesmo que todos estivessem pulando por duas horas, ainda estavam energizados com o show incrível.
Dead Fish até hoje mantém uma voz crítica e autêntica, ressoando com muitos ouvintes, e sua música continua a inspirar reflexão e debate sobre questões importantes da sociedade. Seu show parece uma máquina do tempo que nos leva aos anos 2000, em rolês insalubres nos melhores buracos de São Paulo. A banda embarca em Tour pela Europa, e você pode acompanhar através do Instagram Oficial da banda @deadfishoficial
Texto por Bruna
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