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CPM22: Um Show para Relembrar e Celebrar a Maturidade do Rock Nacional

Dividi minhas experiências no Dia Mundial do Rock com minha amiga e fiel companheira de shows, Bruna Ohi. Ela, como sempre, garantiu seu lugar colada no palco quase o tempo todo, saindo apenas duas vezes para se jogar no mosh pit. Nos encontramos na Audio Club, em São Paulo, no dia 13 de julho, para assistir ao tão aguardado show de lançamento do novo álbum do CPM22.


O novo trabalho, intitulado Enfrente, é uma coletânea de músicas autorais do Badauí, com colaborações dos demais integrantes e produção do baixista Ali Zaher e do guitarrista Luciano Garcia. Esse álbum reflete exatamente onde a banda está hoje. Se no passado eles estavam “Alguns km de lugar nenhum”, agora eles sabem exatamente onde estão e onde querem chegar. A maturidade das letras aborda esse crescimento, mantendo a pegada sonora que ativa nossas memórias adolescentes e nos transporta para um lugar familiar.


Foto por Ísis Trindade/@asetlist

As novas faixas evocam todas as lembranças e sentimentos vividos na adolescência, mas agora com a compreensão de que nos tornamos “rostos cansados”. No entanto, continuamos buscando momentos de alegria e distração, como um show de rock em uma noite especial.


A casa estava lotada, e a energia era contagiante. O público jovem se misturava com os fãs das antigas, criando uma atmosfera única. A estrutura da Audio é excelente, com uma elevação nas bordas que permite uma boa visão do palco, mesmo de longe. E, entre os desconhecidos na plateia, rostos conhecidos como Lucas Guerra (Pense) e Rodrigo Koalla (Hateen) também estavam lá para prestigiar, provando a relevância do CPM22 como um dos grandes representantes do rock nacional.


A noite começou com a banda Armada, cuja abertura foi anunciada pelo próprio Badauí. Durante o show, ficamos sabendo mais sobre a história que une as duas bandas. O vocalista Henrike, que estava na banda Blind Pigs, conhecida na cena punk paulistana, recebeu uma demo do jovem Badauí em meados de 1995. A história seguiu seu curso, e hoje, com a banda Armada, Henrike teve a honra de abrir para o CPM22. O som punk da Armada, com letras intensas, foi o combustível perfeito para o mosh. A apresentação contou com a gravação de um clipe, participação de Badauí e até Henrike no meio da galera, além de ser um grande fã, acompanhando o show inteiro do palco.


Foto por Ísis Trindade/@asetlist

Após a saída da Armada, as luzes se apagaram, preparando a galera para a entrada triunfal do CPM22. Como prometido, o show foi extenso, com 28 músicas no repertório, mexendo profundamente com a memória dos fãs. A primeira metade do show foi dedicada às clássicas desilusões amorosas do passado, aos arrependimentos, às vontades de sumir no mundo, e a todas as outras lembranças adolescentes que emergiram a cada acorde.


A segunda metade foi composta pelas 14 músicas do novo álbum, que, sem surpresa alguma, já estavam na ponta da língua do público. Todos fizeram a lição de casa, acompanhando as canções do início ao fim, mesmo aquelas que ainda não foram amplamente divulgadas pela banda.


Foto por Ísis Trindade/@asetlist

O show foi uma experiência inesquecível, tanto para o público quanto para a banda. A alegria dos integrantes era evidente, e eles pareciam estar tocando para amigos íntimos. Em muitos momentos, foi exatamente isso que aconteceu. O guitarrista Luciano, por exemplo, compartilhou uma música que compôs para o filho, revelando como essa experiência mudou sua vida pessoal e artística. Mais uma vez, o CPM22 mostrou que suas letras atuais são fruto das suas vivências, transformadas em canções com as quais todos podemos nos identificar.


Estar presente nesse show foi uma experiência emocionante, poder testemunhar mais um capítulo na história de uma banda que acompanho e admiro há mais de 20 anos. O show terminou com aplausos calorosos e um sentimento coletivo de nostalgia e renovação. Enquanto a última nota ecoava pela Audio Club, ficou claro que o CPM22 continua a ser uma força vital no cenário do rock nacional, capaz de unir gerações e transformar memórias em uma celebração vibrante do presente. Saímos de lá com o coração leve e a certeza de que o espírito do rock, assim como o CPM22, segue firme e forte, nos guiando em cada nova jornada musical.

Obrigado, CPM22. Obrigado, patroa Ellen. Obrigado, parceira Bruna. Não havia maneira melhor de celebrar este Dia Mundial do Rock! Fotos por Ísis Trindade, disponibilizadas gentilmente por aSetlist

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